Os bastidores da pacificação operada por Temer entre Moraes e Bolsonaro 2w1t42
'Você é muito agressivo em suas falas. Tem que ser humilde. Pedir desculpas', disse Temer ao ex-presidente, antes de falar com o ministro do STF 5j2w5p

“Ninguém mais deve banhar-se em gasolina.” Com essa frase na cabeça, o ex-presidente Michel Temer atuou nesta semana para evitar que o depoimento de Jair Bolsonaro a Alexandre de Moraes virasse uma batalha no STF transmitida ao vivo para todo o país.
“Venho em busca de paz”, disse Bolsonaro, ao pedir ajuda para aplainar o terreno com Moraes na sexta, 7. “Você é muito agressivo em suas falas. Tem que ser humilde. Pedir desculpas”, disse Temer ao ex-mandatário.
Com a promessa de Bolsonaro de que se comportaria no STF, Temer acionou Moraes: “Bolsonaro me procurou. Quer paz. Vai pedir desculpas”. Moraes retribuiu o aceno. “Serei muito tranquilo”, disse a Temer. E assim foi.
Antes de falar com Moraes, Temer deu um recado a Bolsonaro sobre Eduardo. “O seu filho está lá nos Estados Unidos falando mal do STF. Isso não ajuda você”, disse ao capitão — e ele entendeu.
Foi a terceira vez que Temer atuou para evitar conflitos entre Moraes e Bolsonaro. A primeira foi no episódio da carta divulgada em setembro de 2021. A outra foi antes de um ato que poderia resultar em prisões, diante de ofensas ao ministro do STF.
O acordo de paz que garantiu um depoimento tranquilo e até marcado por afagos do capitão ao ministro, não vai evitar uma condenação no STF, mas ajudou a melhorar a situação de Bolsonaro, diz um interlocutor que acompanhou a missão pacificadora de Temer