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Satélites da Starlink emitem sinais que ameaçam telescópios na Terra 3i103g

Ondas de rádio têm potência suficiente para ofuscar sinais cósmicos frágeis, essenciais para entender como surgiram as primeiras estrelas e galáxias do universo x2g4d

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 jun 2025, 14h20

Um novo estudo identificou um problema inesperado com os satélites da Starlink, rede criada pela empresa de Elon Musk para oferecer internet via satélite. Pesquisadores australianos descobriram que os aparelhos estão emitindo ondas de rádio indesejadas, que interferem diretamente em telescópios usados para estudar o universo primitivo — ou seja, os momentos logo após o surgimento das primeiras estrelas.

Essas ondas são involuntárias: elas não fazem parte da transmissão de internet e parecem escapar dos próprios circuitos internos dos satélites. O problema é que esses vazamentos acontecem em frequências que deveriam estar livres para uso científico, conforme normas internacionais, e têm intensidade 10 mil vezes maior do que os sinais cósmicos que os astrônomos tentam detectar.

A consequência disso é grave: telescópios como os do projeto SKA-Low, em construção na Austrália, podem ter até um terço dos seus dados corrompidos em determinadas frequências. Isso atrapalha pesquisas que buscam captar os sinais deixados por nuvens de hidrogênio que existiam há mais de 13 bilhões de anos, antes mesmo da formação das primeiras galáxias.

O que está sendo feito para resolver o problema? 6w3h

A Starlink já havia cooperado com astrônomos no ado, desligando temporariamente feixes de internet ao ar por telescópios importantes. Mas esse novo tipo de interferência é mais difícil de controlar, pois não vem da antena principal dos satélites, e sim de componentes internos — algo semelhante a um aparelho eletrônico que “vaza” sinal mesmo quando está em modo silencioso.

Embora esse tipo de emissão não seja proibido pelas regras atuais, o estudo reacende o debate sobre a necessidade de novas regulamentações para proteger a pesquisa científica. Do lado técnico, existem possíveis soluções: uma seria redesenhar os satélites para reduzir o vazamento de sinal; outra seria desenvolver programas que limpem os dados coletados pelos telescópios. No entanto, essa filtragem exige um poder de processamento altíssimo — mais do que o necessário para analisar os dados em si, segundo os autores.

Os pesquisadores já compartilharam os resultados com a SpaceX, que demonstrou abertura para discutir ajustes. Mesmo assim, o avanço de megaconstelações como a Starlink impõe um novo desafio à ciência: como continuar explorando os mistérios do universo se o próprio céu está sendo preenchido por “ruídos” vindos da Terra?

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